quarta-feira, 6 de abril de 2011

Momento de Oralidade


Momento de Oralidade – Maria João Félix André nº18 12ºB
2º Período

1.       Leitura
Vou à janela. Observo a grande agitação, a dimensão da enorme construção e o barulho ininterrupto das máquinas atravessa os meus ouvidos. Sinto-me perdida no meio de ruídos, estrondos e berros.
Paro. Fixo o olhar em algo um pouco mais ao fundo. Deixo os “maquinismos em fúria” de Álvaro de Campos e passo para Alberto Caeiro.
A Natureza, a calma, a tranquilidade, mesmo ali ao lado.
Fico a admirar o pequeno jardim.

2.      Dissertação
Ao olhar pela janela de casa encontrei características de dois heterónimos de Fernando Pessoa. Primeiro de Álvaro de Campos e depois de Alberto Caeiro. Campos o poeta das máquinas, Caeiro o poeta da Natureza que se sente deslumbrado pelas maravilhas naturais que o seu olhar permite ver.
Inicialmente, o que estava ao meu alcance era a confusão de umas obras de construção civil. No entanto, um pouco mais ao lado, existia um descampado verdejante. Concentrei-me apenas nesse pequeno jardim, nesse momento, ignorando as máquinas, o futuro da construção.
Os dois heterónimos de Fernando Pessoa com características tão antagónicas, num pequeno bairro. Tão distantes e ainda assim tão próximos.

3.       Improvisação

Os meus jardins interiores

                Os meus jardins interiores são calmos, tranquilos. Têm máquinas à volta, muitos maquinismos e confusões. Procuro-os muitas vezes, mas nem sempre os encontro. É para lá que quero sempre viajar, mas onde nem sempre faz sentido estar.
É uma busca incessante para ignorar a agitação. E sempre que encontro os meus jardins interiores permaneço na quietação que só eles me proporcionam.

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