terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Depois da oralidade



Leitura:
«É o meu cunhado Hussein com roupa de trabalho, umas calças velhas e uma t-shirt. Pára em frente de mim e diz:
- Olá, como vai isso? - com um sorriso. Tem na boca uma erva, que vai mascando sem deixar de sorrir. - Vou-me ocupar de ti.
Aquele sorriso... diz que vai ocupar-se de mim, e eu não estava à espera daquilo. Também esboço um sorriso, de agradecimento, não me atrevendo a balbuciar uma palavra.
- Estás com uma grande barriga, hem?
Baixo a cabeça, sinto vergonha de olhar para ele. Baixo ainda mais a cabeça e toco os joelhos com a testa.
- Tens aí uma mancha. Puseste hena de propósito?
- Não, pus hena nos cabelos, não foi de propósito.
- Fizeste de propósito para esconderes.
Olho para a roupa que me preparava para enxaguar, entre as minhas mãos trémulas.
É a última imagem fixa e lúcida. Aquela roupa e as minhas mãos a tremer. As últimas palavras que o ouvi dizer foram: «Fizeste de propósito para esconderes.»
Ele não disse mais nada, eu mantive a cabeça baixa com vergonha, levemente aliviada por não me fazer mais perguntas.
De repente senti uma coisa fria escorrer-me pela cabeça. E de súbito o fogo envolveu-me.»

Excerto do Livro “Queimada Viva” de Souad, Capitulo 9º - Morrer

Dissertação:
 Introduzi o contexto social da mulher nos países da Arábia e Jordânia, mais precisamente Cisjordânia território da margem ocidental do rio Jordão actualmente ocupada por Israel.
Apontei para o desenvolvimento do meu tema a submissão das mulheres pela vontade do homem, que as maltrata, viola todos os direitos à liberdade que têm, com inúmeros ataques físicos violentos. Condicionados por crenças religiosas e consolidação de uma cultura fechada e regular, a evolução não é conseguida e continuam homens a matar mulheres indesejadas e mães que matam à nascença filhas não esperadas.

Improvisação (MEU SANGUE):
Compliquei a minha visão sobre o sangue abstracto em comparação ao sangue que corre nas veias físicas. A palavra trombose, como fluxo que espalha o meu ser e o mistura com outros alheios.
Meu sangue violado e derramado pelas mãos que deram à pedra o poder de me rasgar a pele, enterradas e apedrejadas vêem o seu sangue, que nada é por lá, escorrer pelas terras que já não são delas.

Descrição do trabalho de oralidade do aluno Luís Miguel Silva Costa nº 12 da turma 12ºD

Momento de Oralidade (o que ficou)

Maria João Félix André nº18 12ºB
13 de Dezembro de 2010

1.       Leitura
Que sentido faz a Pont Neuf (Ponte Nove), em Paris estar durante duas semanas totalmente embrulhada em tecido? Ou 11 ilhas em Miami, na Florida, serem temporariamente rodeadas por lonas cor de rosa? À partida não faz sentido nenhum. Muito menos quando não estão a ser alvo de obras ou revelações estruturais de fundo. Mas o artista plástico búlgaro Christo Javacheffe a sua mulher Jeanne-Claude provaram precisamente o contrário quando com as suas dezenas de intervenções artísticas em espaços públicos urbanos e na natureza, um pouco por todo o globo. (…) Passaram-se quase 50 anos desde que Christo e Jeanne-Claude começaram a surpreender o mundo através da ocultação de objectos, edifícios e paisagens urbanas e rurais, fortemente ligadas ao imaginário do público, produzindo um jogo de tensão e reflexão entre o visível e o invisível, entre o que existia e o que passou a existir. Provocaram emoções perante uma (nova) realidade aparatosa, bela e fantástica. (…) O artista “embrulhador” ou “transformador” não é uma divindade mas pela grandeza, morosidade e notoriedade das suas obras alcançou um estatuto de quase mito ou lenda das artes plásticas. Não responde a e-mails (tem um agente que faz isso por ele), raramente dá entrevistas e recusa quaisquer propostas ou sugestões que lhe façam sobre locais ou edifícios para intervir artisticamente.
Revista Única, Expresso 11 de Dezembro de 2010

2.      Dissertação
Christo e Jeanne-Claude são autores de diversas intervenções artísticas em espaços públicos. Christo nasceu na Bulgária a 13 de Junho de 1935, e a sua mulher Jeanne-Claude em Marrocos, na mesma data. Jeanne-Claude faleceu no ano passado com 74 anos.
O casal iniciou o seu trabalho em 1961 começando logo com projectos de grande escala. O total de obras concluídas, expostas ao público foi vinte. Trinta e nove ficaram para trás por não terem obtido permissão para serem realizadas. Entre as suas obras destacam-se:
·         11 Ilhas da baía de Byscaine, em Miami, na Florida, foram envolvidas de cor de rosa, 1983;
·         Embrulho da Ponte Neuf em Paris, 1985;
·         O Parlamento de Berlim foi “empacotado” com 100 mil metros quadrados de um tecido especial de alumínio, 1995;
·          “Wrapped Trees”, parque Berower, em Rihen, na Suíça, 1998. Foram embrulhadas 178 árvores com 55 mil metros quadrados de tecido em poliéster e 23 quilómetros de corda. Uma ideia de 1966 e que demorou 32 anos até ser concretizada;
·         “The Gates”, Central Park, Nova Iorque, 2005. 7500 Cortinas de panos suspensas por traves a dois metros do chão estiveram expostas durante 16 dias no parque;
·         Forrar o rio Arkansas, no Colorado (EUA), com tecido luminoso transparente suspenso ao longo de 10 quilómetros do seu caudal. Previsto para Agosto de 2014.

Apesar de demorarem anos a serem preparadas, as obras não ultrapassam as duas semanas de exposição. Os custos são integralmente suportados pelos artistas, que se servem da venda estudos, desenhos preparatórios e maquetas como fonte de financiamento dos projectos.
As obras de arte monumentais provocam emoções e criam novas realidades. Deixaram a sua marca um pouco por todo o mundo e, apesar de Jeanne-Claude já ter falecido, Christo continua a “embrulhar” e a assinar as obras pelos dois.

3.       Improvisação

O pensamento de uma árvore embrulhada

Embrulhadas, as árvores estão protegidas. Toda a gente gosta de ter um abrigo, uma protecção. A cobertura facilita a exposição às condições atmosféricas. Mas será que não é essencial às árvores molharem-se, balançarem ao ritmo do vento e apanharem sol nas suas folhas? Não sei. Ninguém sabe.
A verdade é que não consigo atribuir um pensamento às árvores. Será que se sentem presas ou acolhidas? Apertadas ou protegidas?
O projecto “Wrapped Trees” de Christo e Jeanne-Claude pode ser considerado uma obra de arte ambiental. E se assim o é não pode ser outra coisa que amiga do ambiente.
De qualquer forma, não é todos os dias que se embrulham árvores.

domingo, 12 de dezembro de 2010

E depois da apresentação oral:


Leitura:


Há coisas que me dizem melhor do que eu me digo.
Eu digo que é necessário ternura sobre as mãos.
Eu digo que é necessário arrastar meteoros, comprimi-los
com muita força contra
o coração.
É necessário embater contra o silêncio, escutar
o cansaço das suas pálpebras
insolúveis, as pupilas do seu cio assoberbado
e rutilante.
Eu digo: é necessário partir, partir subliminarmente
através de âncoras. De inusitadas amarras. De mudos
girassóis incrustados na epiderme.
É necessário regurgitar falésias, clarabóias, espinhos e
leopardos, enigmas de sangue sobre as rosas
da garganta.
É necessário imigrar com a língua decisivamente até
às tuas trompas, dispersá-la sobre a convulsa febre
das carótidas, adormecê-la sobre o rumor iníquo das
tuas virilhas.
É necessário aninhar a língua no teu útero, digo: arrebatar
de uma vez por todas a sua generosidade
desdenhosa.
E é necessário urgir. Intemperar. Envenenar as víboras neurasténicas
que confundem a fome ao meu sangue, a sua amplidão louca
e desconexa.
É necessário despir-me, gritar-me, infiltrar-me no ruído incorrigível
das tuas peripécias.
Amar.
É necessário amar-te. Eu digo que é necessário amar-te. Amar-te
com o silêncio diuturno a explodir-me nas
veias. Com a inocência suprema de uma tenacíssima, delicada
candeia
dentro das inúmeras casas da cabeça. Amar-te com os olhos fugazes
de uma imperturbável criança, irascível e
intensa. Misteriosamente
submersa.
É necessário calar o meu desejo com a tua boca. É necessário aspergi-lo
furiosamente sobre a lentidão incendiária
da tua beleza nigromante, corruptora.
Eu digo: é necessário uma lanterna
avassaladora, uma segredada cicatriz à chuva
como o insólito silêncio de uma planta.

Há coisas que me dizem melhor do que eu me digo.
Diz-me melhor a tua ausência. A viperina ressonância
do teu cheiro. O perigo cúmplice do teu nome,
que de tudo o que digo irrompe
e me encadeia.
                                                                Nuno Miguel Ramalho  in nunonemmais.blogspot.com

Dissertação: "O Poeta"

   Conto então a história do Nuno.
   Porque nasceu assim ninguém sabe, mas também não há explicação para os dons.
   Conheci-o há muito e limitava-me a admirar as coisas que dizia nas raras vezes que o ouvia falar. Convivi com ele por pouco tempo e muito intensamente, a ouvir os seus ideais e ideias embriagadas de paixão. Absorvi a sua velhice jovem e a maneira como falava. Bebi a pessoa que apresentava ao mundo e apaixonei-me pelo ser que é para ninguém a não ser ele mesmo.
   Como todos os "grandes" só irá ser reconhecido depois de morto. Acredito que é trágico, porque este sentimento é algo impossível de partilhar com o mundo. 
   Algo tão simples e complexo simultaneamente, que só vivido se irá compreender.


Improvisação: "Os meus dons"

   O porquê dos dons é uma incógnita no mundo, mas que existem é inegável. São-nos dados e o nosso único dever é fazer o melhor que podemos com eles. Se nos dão um, dois ou mil, também não sei, mas ao longo da nossa vida eles vão surgindo, dependendo do que nos é pedido e da etapa que estamos a ultrapassar.
  Por agora tenho dois dons. Cantar foi o primeiro que me apercebi. Não que a minha voz seja inigualável ou mesmo "boa", mas sei que tenho a capacidade de transmitir sensações e puxar emoções com o som da minha voz. O último só me apercebi recentemente. Acho que tive que ganhar alguma maturidade para perceber o que era em concreto e como o usar, mas ajudar e cuidar das pessoas à minha volta é uma necessidade que tenho e algo que sou boa a fazer, por isso, sim, é um dom.
   Não sei porque me foram dados mas, por acreditar nas forças superiores, sei que têm uma razão de ser. Nem sempre têm uma explicação mas uma razão, sim. Por isso porquê questionar, se os podemos simplesmente aceitar?
   

Concha Sacchetti

“O segredo das palavras”


 
Momento de Oralidade de Português
Leitura:
Priiim, Priim!
Estava deitada sobre a minha cama de lençóis verdes estampados com riscas azuis e brancas quando tocaram à campainha. Tive de largar o portátil nesta mesma frase. Pousei os meus brancos calcanhares no chão de madeira e corri para a porta. Enquanto descia as escadas para responder à campainha os meus pés gritavam por socorro, estavam sem vontade de pisar o chão, toda eu me sentia cansada de nada.
Rodei a chave e abri a porta. Do outro lado estava uma senhora, de boné laranja, bata azul escura com algumas letras estampadas. Ela sorriu para mim e perguntou-me se queria comprar felicidade. Eu respondi-lhe que não e ela muito indignada respondeu-me:
- Todos querem a felicidade.
Eu disse-lhe que a felicidade não se compra, constrói-se, tal como tudo na vida. Disse-lhe também que cada um vai e vem, ou vai e não volta conforme a maré, é preciso é saber nadar e por isso não queria comprar felicidade nenhuma.
Vi um ponto de interrogação sobre a sua cabeça, ela não estava a perceber o que eu queria dizer e eu expliquei-lhe, sem rodeios e filosofias:
- Todo o tipo de sentimentos têm de ser construídos por nós. Eu tenho de sentir paixão, tristeza, dor, felicidade e outros tantos a partir das escolhas que faço, de tudo na vida. Há coisas que não se compram, nomeadamente o amor e a felicidade também é uma delas.
A senhora olhou-me de cima a baixo e disse:
- És demasiado estranha para mim. Vou bater a outra porta, não é nesta que ganho alguns trocos hoje.
Ela lá foi. Aqueles pezinhos 37, cheios de calosidades não enganavam ninguém, ela não tinha muito e por isso vendia algo absurdo. Antes de ela agarrar o elevador eu chamei-a. Perguntei-lhe o seu nome, disse que era a Cátia. Agarrei na minha carteira, tirei 2euros e fui buscar um pacote de bolachas e disse-lhe:
- Eu não te vou comprar a felicidade que tantos tentas vender mas, em compensação vou dar-te algo para brilhar o teu dia. Guarda estes 2euros, usa-os para o que te fizer mais feliz e come este pacote de bolachas, vai-te fazer bem.
As lágrimas começaram a escorrer na cara da pobre coitada. Ela agarrou-me na mão direita e disse:
- Há coisas que não se compram mesmo, e a bondade é uma delas. Obrigada, que Deus te ajude.
Puxou a porta do elevador e tocou no seu destino.
 Sentia-me bem, cometi, não um crime mas um acto de bondade e dei pelos menos 2 minutos de felicidade a uma pessoa completamente desconhecida. PRENDAM-ME, PORQUE SOU CULPADA.

Ana Sofia Cabrita
Dissertação:
Explicação do texto: Foi dito que faz parte de um projecto que, desde há 3anos que o ando a realizar. Baseia-se num livro que comecei a escrever após uma fase bastante má em que senti necessidade de me aconchegar nas letras e nas palavras. Este texto é a introdução desse mesmo livro que se vai chamar “Foca-te” ou “To be continued”. Foi mencionado também que a introdução que foi lida não está completa.
É um livro que fala das variadas fases da minha vida e que tem como intuito servir de exemplo ao leitor



Ana Sofia Cabrita nº3, 12ºD

Improvisação do momento de oralidade: 

Todas as palavras transmitem segredos tal como todas as letras, pontos, frases e os próprios parágrafos. Eu escrevo através da interpretação que faço dos meus sentidos, o que não quer dizer que outrem entenda o que eu digo, o que eu tento exprimir. Cada um entende como quer o que lê ou o que escreve. É um ciclo de diversidade mental e sentimental mas, contrariamente a este ciclo, há um factor igual para todos os homenzinhos deste mundo: todos escondemos segredos no que escrevemos sejam eles os que forem quer “tu” entendas ou não.

Ana Sofia Cabrita nº3 , 12ºD

sábado, 11 de dezembro de 2010

O que fica depois da oralidade


“Acabo de publicar o livro Ser como um rio que flui (Editora Agir), cujo título é inspirado num poema de Manuel Bandeira. “Um rio nunca passa duas vezes pelo mesmo lugar” diz um filósofo. “A vida é como um rio”, diz outro filósofo, e chegamos à conclusão de que esta é a metáfora mais próxima do significado da vida. Por consequência, é bom lembrar durante todo o tempo que:
A] Estamos sempre diante da primeira vez. Enquanto nos movimentamos entre a nossa nascente (o nascimento) e o nosso destino (a morte), as paisagens serão sempre novas. Devemos encarar todas estas novidades com alegria, e não com medo – porque é inútil temer o que não se pode evitar. Um rio não deixa de correr jamais.
B] Num vale, andamos mais devagar. Quando tudo à nossa volta fica mais fácil, as águas se acalmam, nos tornamos mais amplos, mais largos, mais generosos.
C] As nossas margens sempre são férteis. A vegetação só nasce onde existe água. Quem entra em contacto connosco, precisa entender que estamos ali para dar de beber a quem tem sede.
D]  As pedras precisam de ser contornadas. É evidente que a água é mais forte do que o granito, mas para isso é preciso tempo. Não adianta deixar-se dominar por obstáculos mais fortes, ou tentar bater-se contra eles; gastaremos energia à toa. O melhor é entender por onde se encontra a saída, e seguir adiante.
E]  As depressões necessitam de paciência. De repente, o rio entra numa espécie de buraco, e pára de correr com a alegria de antes. Nestes momentos, a única maneira de sair é contar com a ajuda do tempo. Quando chegar o momento certo, a depressão enche-se, e a água pode seguir adiante. No lugar do buraco feio e sem vida, agora existe um lago que outros podem contemplar com alegria.
F]  Somos únicos. Nascemos num lugar que estava destinado para nós, que nos manterá sempre alimentados de água o suficiente para que, diante de obstáculos ou depressões, possamos ter a paciência ou a força necessária para seguir adiante. Começamos nosso curso de maneira suave, frágil, onde até mesmo uma simples folha o pára. Entretanto, como respeitamos o mistério da fonte que nos gerou, e confiamos na Sua eterna sabedoria, aos poucos vamos ganhando tudo o que nos é necessário para percorrer o nosso caminho.
G]  Embora sejamos únicos, em breve seremos muitos. À medida que caminhamos, as águas de outras nascentes aproximam-se, porque aquele é o melhor caminho a seguir. Então já não somos apenas um, mas muitos – e há um momento em que nos sentimos perdidos. Entretanto, como diz a Bíblia, “todos os rios correm para o mar”. É impossível permanecer na nossa solidão, por mais romântica que ela possa parecer. Quando aceitamos o inevitável encontro com outras nascentes, acabamos por entender que isso nos faz muito mais fortes, contornamos os obstáculos ou preenchemos as depressões em muito menos tempo, e com muito mais facilidade.
H]  Somos um meio de transporte. De folhas, de barcos, de ideias. Que as nossas águas sejam sempre generosas, que possamos sempre levar adiante todas as coisas ou pessoas que precisarem da nossa ajuda.
I]  Somos uma fonte de inspiração. E portanto, deixemos para um poeta brasileiro, Manuel Bandeira, as palavras finais:
“Ser como um rio que flúi
Silencioso no meio da noite
Não temer as trevas da noite
Se há estrelas no céu, reflecti-las.
E se o céu se enche de nuvens
Como o rio, as nuvens são água;
Reflecti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranquilas.”
Como o rio, as nuvens são água;
Reflecti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranquilas.”



Este texto do escritor Paulo Coelho é uma comparação bem sucedida entre a vida e o percurso de um rio, da nascente até à foz.
São muitas as vezes em que queremos arranjar comparações possíveis para explicar o significado da nossa vida. Explicar as várias etapas que estão bem definidas na nossa vida, embora pensemos que não.
Ao longo da nossa presença no mundo terrestre vamos estando expostos para inúmeros problemas, vamos enfrentar variadas situações, boas ou más.
Paulo Coelho diz “As pedras precisam de ser contornadas”. É evidente que a água é mais forte do que o granito, mas para isso é preciso tempo. Não adianta deixar-se dominar por obstáculos mais fortes, ou tentar bater-se contra eles; gastaremos energia à toa. O melhor é entender por onde se encontra a saída, e seguir adiante” com estas palavras é que, as pedras são os nossos problemas e estes devem ser contornados. Perante os nossos problemas não deveremos perder todas as nossas forças no momento em que aparecem, mas sim pensar na melhor solução para os acabar e aí com todas as nossas forças lutar contra eles.
Na minha opinião, este texto é muito inspirador para muitas etapas que já passei, passo e irei passar ao longo da minha vida. Transmite força e esperança.
Iniciámos esta viagem desde o primeiro dia da nossa vida, já estivemos diante de várias “primeira vez”, já contornámos muitas pedras, já entrámos e saímos de buracos, vamos traçando o nosso destino, tornamo-nos mais fortes à medida em que vamos vivendo. Já inspiramos e iremos inspirar até ao dia do nosso destino final.
Com este texto obtenho uma ideia mais simples e clara do nosso percurso de vida na realidade!

                      “O pensamento do Rio”

Quantas vezes não penso na vida? No que fiz bem ou no que tenho de mudar para melhorar…
Sem querer definir em tempos como queria que a minha vida fosse. Estabeleci metas para as várias etapas que penso serem as mais importantes e necessárias para mim. Em tal idade quero ir para a faculdade, depois vou para o estrangeiro durante  uns anos, depois regresso para construir a minha família e o nível de vida que idealizo, e quando já for velhinha reflicto em tudo o que já fiz, e depois… parto quem sabe para outra nascente.
Mas o que me vou apercebendo à medida que vou crescendo e vou mudando de mentalidade, é que todos os dias traço um novo destino na minha vida, nada é certo. Quando em tempos o pensamento do “rio” era um assunto em constante reflexão, hoje aceito-o como um pensamento incerto.
Hoje, por querer definir como quero que a minha vida seja, quero orgulhar-me de mim mesma e orgulhar os que me amam.


                                                                              Carolina Almeida 12ºB