sábado, 11 de dezembro de 2010

A parte escrita da oralidade


 “7 de Julho
Bom dia! Todavia, na cama se multiplicam os meus pensamentos em ti, minha amada imortal; tão alegres como tristes, esperando ver se o destino quer ouvir-nos. Viver sozinho é-me possível, ou inteiramente contigo, ou completamente sem ti. Quero ir bem longe até que possa voar para os teus braços e sentir-me num lugar que seja só nosso, podendo enviar a minha alma ao reino dos espíritos envolta contigo. Tu concordarás comigo, tanto mais que conheces a minha fidelidade, e que nunca nenhuma outra possuirá meu coração; nunca, nunca… Oh, Deus! Por que viver separados, quando se ama assim?
Minha vida, o mesmo aqui que em Viena: sentindo-me só, angustiado. Tu, amor, tens-me feito ao mesmo tempo o ser mais feliz e o mais infeliz. Há muito tempo que preciso de uma certeza na minha vida. Não seria uma definição quanto ao nosso relacionamento?… Anjo, acabo de saber que o correio sai todos os dias. E isso faz-me  pensar que tu receberás a carta em seguida.
Fica tranquila. Contemplando com confiança a nossa vida, alcançaremos o nosso objectivo de vivermos juntos. Fica tranquila, queiras-me. Hoje e sempre, quanta ansiedade e quantas lágrimas pensando em ti… em ti… em ti, minha vida… meu tudo! Adeus… queiras-me sempre! Não duvides jamais do fiel coração de teu enamorado Ludwig.
Eternamente teu,
eternamente minha,
eternamente nossos.”

Ludwig van Beethoven (Compositor Erudito Alemão, 1770—1827)


     Esta carta foi encontrada na secretária de Beethoven, juntamente com o seu testamento, depois da sua morte. As cartas não tinham qualquer identificação de destinatário, nem local, estavam apenas dirigidas à “Minha Amada Imortal”.
    Sempre houve várias especulações em volta deste mistério, porém, mais tarde veio a saber-se a identidade da mulher misteriosa, ou pelo menos, é esta a versão mais lógica e aceitável.
Chamava-se Antonie (Von Birkenstock) Brentano. Era casada e tinha quatro filhos. Mudou-se para Viena, por causa de negócios que o seu marido possuía lá, e foi através de sua cunhada que então eles se conheceram.
Ela era uma mulher muito doente, e consta que Beethoven a visitava muitas vezes e tocava piano para ela. Eles mantinham um romance secreto. Pensa-se que se encontravam sempre no mesmo local, a uma determinada hora.
Passados dois anos, Antonie parte de Viena e desde então eles nunca mais se viram. E as cartas que lhe eram destinadas nunca lhe foram entregues. Beethoven amou-a durante toda a sua vida.
Inspirado e baseado nestas cartas, foi escrito um romance “Minha Amada Imortal” e posteriormente, foi feito um filme com o mesmo nome.

Segredo
Segredo eu
No mais secreto lugar
Um tal segredo
Que não posso revelar.

Segredo obscuro será esse?
Talvez algo vulgar,
Algo sem interesse...
Porque desperta tamanho
Desejo em partilhar?

Segredo eu
No mais secreto lugar
Que esse obscuro segredo
Jamais  irei revelar.

Irina Ivanenco 12ºF, Nº13

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