quinta-feira, 31 de março de 2011

Trabalhos de recuperação

- Carta de Sttau  Monteiro a uma das suas personagens.
- Carta de uma personagem a Sttau Monteiro.
- Relatório de um censor após a leitura da peça Felizmente há Luar.
- Relatório de um censor após assistir à representação da peça Felizmente há Luar.
- F. Pessoa "volta" e toma contacto com a sua biblioteca digital, em:
http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/bdigital/index/index.htm
Conversa entre ele e a directora da Casa Fernando Pessoa.
- Pessoa visita a sua biblioteca digital na página da Biblioteca Nacional:
http://purl.pt/index/geral/aut/PT/12937_P1.html
 e comenta, com um leitor, o que lá encontra.

Nova página da escola e novo mail

http://www.antonioarroio.pt/

meu novo email:
risoleta.pedro@antonioarroio.pt

Cursos Livres

http://www.fcsh.unl.pt/cursos/outros-cursos/cursos-livres/

quarta-feira, 30 de março de 2011

Sumários das aulas da semana de 27 de Março

Teste sobre Felizmente há Luar.


Recitação de poemas de Pessoa e heterónimos e de excertos da peça de teatro estudada.

terça-feira, 29 de março de 2011

“Um olhar gelado que me abrange da cabeça aos pés”

(Texto elaborado com palavras alheias e da própria)


Sentia-me desamparada. Apenas sentada nos calcanhares, esperava que alguém soprasse com fôlego, para que pudesse tombar de uma vez.
Conseguia sentir, nas minhas costas, um forte avançar de passos e um respirar felino… A respiração abrandava, não por piedade, mas para esboçar um sorriso de triunfo e exclamar por entre dentes…:
- Despe-te! Para mim és culpada!
A roupa já se encontrava, no chão, em farrapos enraivecidos. Um trapo em volta da cintura era tudo o que cobria o meu corpo, mas sentia-me tão fria, crua e nua… como se a morte fosse cercar-se do meu raciocínio por não ser capaz de rodar a manivela do mundo.
Vivia dias de febre na minha cabeça. As ondas de sombra teimavam em não quebrar nas esquinas e em atravessarem-me os cornos, deixando-me estrangulada dos pulmões à garganta.
Incapaz de me dissolver em enredos bizarros, subornava a fera e alimentava-a. Dei-lhe de mamar três vezes, numa esperança exausta de conseguir travar aquela batalha e entender os rugidos da água. Ingénua. A bússola mantinha-se enterrada e eu não manipulava mais do que o objectivo, como que limitada pelo vermelho da maçã e o brilho do mar. Desejava a ambiguidade como uma órfã deseja fortuna
Apetecia-me desaparecer numa nuvem, mas o rumor de cada passo aumentava em sintonia com o meu receio e via-me medrosa em demasia para desistir. Nada parava. Eu não parava, os passos não paravam, uma náusea infinita explorava todos os cantos da minha mente e acabava com as comédias da minha alma.
Continuava acorrentada por aquele dom de tornar as almas mais pequenas, desejando poder só olhar os meus pezinhos enlameados e centrar-me na nostalgia do túmulo, fazendo do andar nu o maior feito.
A fera rosnava-me. Não me permitia boicotar a minha própria raiva e aflição, mas a minha fala era já muda. Com a boca mordia o ar e fincava a minha teimosia de que a noite não tinha seios e jamais me daria a provar alguns sabores
Desamparada desde o amanhecer, foi sozinha que nasci e num tempo que não tivera tempo de começar, começara a maravilhosa morte da minha alma ao fim do dia.
Se eu tivesse ao menos um nome…

Mariana Fonseca, 12ºF


ARTE POÉTICA, com base em textos alheios e do(a) próprio(a)

Arte poética


Indiscreta? Desconhecida?
Expressa “desejo”?
Algo que é “liberto” de tudo e todos?
Uma reflexão?
“Recordações”?
Um “fio interrompido dos nossos pensamentos”?
Uma “revolução das mentes”?
Uma “transparência”?
Algo visível ou “quase invisível”?
“Sensações confusas”?
“Como uma rosa no fundo da cabeça”?
“Leve como a respiração”?
Um desabafo?
Uma moral?
Uma revolta?
Uma liberdade interior?
Ou uma consciência?
“Abismos de alma”?
Uma linguagem interior?
Evolução interior?
Um esconderijo?
Uma vida? Um destino?
Arte poética?
O que é?
É tudo isto e …

Ana Filipa, 12ºF

quarta-feira, 23 de março de 2011

MATRIZ DO TESTE SOBRE: Felizmente há Luar

Estrutura:

I Grupo: Verificação de leitura, perguntas dirigidas ao conhecimento da peça. (50)

II Grupo: Perguntas de interpretação de texto e ainda sobre acção, personagens, espaço e tempo. (50)

III Grupo: Preenchimento de espaços de um texto teórico dado. (50)

IV Grupo: Desenvolvimento de um tema (50)



Objectivos:

- Conhecer a peça

- Enquadrar historicamente a acção

- Explicar o contexto

- Relacionar tempos históricos

- Compreender e explicar o conceito de fábula histórica

- Reconhecer os símbolos da peça

- Identificar as características do texto dramático

- Perceber a originalidade desta obra do ponto de vista da forma e do conteúdo

- Conhecer e caracterizar: personagens, espaço, tempo e acção

- Relacionar a temporalidade e a intemporalidade desta peça

NOTA: Como foi desde o início informado, a leitura da peça é fundamental.

Para além disso, é suficiente a informação fornecida pelo manual (textos teóricos e “caixas”, como indicado na aula).

Sumários da semana de 21 de Março

Leituras dramatizadas.
Os tempos históricos.
 Felizmente há Luar: a peça como espelho- O dramaturgo, a sua personagem e o general Humberto Delgado.
Os símbolos.
Tempo(s) histórico(s) e intemporalidade, espaço físico e social.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Palavras soltas que se desprendem de uma folha de teste sobre Fernando Pessoa III

"
[...]
A razão em mim presente,
por vezes uma tentação
que me ouve frequentemente
o bater do coração.[...]"
Erica



"Fernando pensa, Pessoa sente

[...]Tivéssemos nós todos capacidade de genialmente nos fragmentarmos em cacos de vaso e atribuir somente sensações a uns e racionalidade a outros.![...]"
Margarida Soares



"[...] Enquanto novo seguidor do sensacionismo, pretendo agora conhecer mais e mais emoções e sentimentos! Estou farto da pasmaceira citadina e popular portuguesa! Quero mais! Muito mais!"
Afonso

"[...] Dei por mim quatro horas mais tarde, quando acabou o papel. Penso que entrei numa espécie de transe em adoração a este mecanismo. A marca de tinta fresca no papel e aquele cheiro intoxicante que ainda hoje está a encher o meu quarto. Os meus dedos a sentir as teclas pareciam peregrinos perdidos que finalmente encontravam algo a que poderiam chamar casa.
Sei que nunca hás-de ler esta carta, pois a tua morte já entrou na nossa vida...[...]"
Concha

"Criaste um Álvaro de Campos para cometer todas as irreverências sociais e políticas, até o levaste à rua contigo; (às vezes é-me difícil perceber onde é que acabas tu e onde começa ele). Buscaste um poeta disciplinado para equilibrar e compreenderes que o passado é o cadáver do presente e o futuro não o é. Ah... o mestre, ele é mestre, mas mesmo assim não te bastaria ser ele, tal como a ceifeira, gostarias de poder ser ele sendo tu.[...]"
Maria Leonor

"... a criação de um heterónimo parte de nós, algo como uma pessoa cortada em partes, dividindo e distinguindo as suas várias personalidades; [...] É bom sentir e imaginar que há sempre mais por dentro de nós, umas vezes por infelicidade e descontentamento...[...]"
Rita Grancho



"[...] a maior felicidade está relacionada com a inocência...[...]"
Rita Duarte

" Penso que faço
o relato do adeus
a complexidade incompleta
de um fingimento alcoólico
[...]
Aproximo-me do tempo
o sincero e desmedido
fingidor da realidade
a Hora é mentira
a Hora é verdade
[...]
"
Inês Marques



"[...]
- Não serei um só? Sendo eles partes de mim que vêem para lá do que eu vejo e acreditam para lá do que eu acredito, fazendo dos meus horizontes terrenos infindáveis?
[...]
Eu finjo, finjo muito, porque sem fingimento não haveria escrita nem arte de escrever, seria apenas uma descrição de momentos, seria uma explosão de sensações.Não sou assim. Minto para ser grande. Finjo, para jogar como mais ninguém joga. Mas também aceito. E não acredito.[...]"
Mariana Fonseca

"[...] o azul do rio
passa nas pedras
e traz os peixes

É bom olhar para o céu
ver como as nuvens dissipam o tempo
que passa, deixa marca nos sentidos
que envelhecem, mas sem que me preocupe.
Aproveitei ao máximo o que os sentidos me deram."
Beatriz

"[...] Ambos sabemos que a amplitude do único e individual está apenas no todo de partes que semeámos pelo mundo. E ambos, tristemente, concluímos que esta certeza não nos traz nenhum sossego. Pudéssemos ao menos cultivar as partes num vasto jardim de verde [...]"
Sofia Pires

Sumários das aulas da semana de 14 de Março

Introdução ao Felizmente há Luar.
A fábula, a parábola.
Luís de Sttau Monteiro e Estado Novo.
Os tempos históricos.

O modo dramático: falas e notas cénicas.
Leitura expressiva de partes de Felizmente há Luar.
Análise dos aspectos históricos e psicológicos. Estado Novo e 1817.
Contexto e personagens.
Humberto Delgado e Gomes Freire de Andrade.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Treino de Oralidade: o que foi lido e dito

10 / 02 /2011
“ Sem espaço para inconsciências” (página do Diário Poético)

Preparava-me para entrar no metro, quando me senti ser literalmente empurrada para dentro dele. As pessoas continuavam a encaixar-se umas nas outras até lotarem o espaço na sua totalidade.
Tinha um livro entreaberto nas mãos, numa tentativa de leitura e abstracção, mas cada paragem significava um aumento do número de entradas e o livro acabou por se colar ao meu peito, transformando-se num acrescento do mesmo.
Senti-me invisível quando me apercebi rodeada por homens altos, de ar atarefado, vestidos com escuros fatos cinza e sobretudos. Todos olhavam nervosamente para o relógio e bufavam de impaciência enquanto eram empurrados e me empurravam também, acentuando gradualmente a minha transparência.
Dei por mim a rir baixinho, quase de forma gloriosa e ocorreu-me que os outros poderiam julgar-me louca ou, no mínimo, estranha, mas pareceu-me que essa crítica seria impossível perante a minha mais recente vantagem: transparência. Ri-me mais um pouco, não o conseguia evitar, mas desta vez ria-me de forma um pouco trocista. A verdade é que não conseguia ser indiferente àquela situação: todos os que se quiseram manter inconscientes viram-se presos numa luta, viram-se obrigados a reagir perante consequências de acções das quais não foram autores, viram-se a tomar conhecimento de uma indisposição e dificuldade geral; por fim, viram-se forçados a encontrar espaço para a consciência.

“O porquê…”

Escrevi este texto numa manhã de greve. Não uma greve minha, mas uma greve de transportes e, por isso, uma greve que se tornou minha e de muitos outros.
Fernando Pessoa partilhou o seu desejo misto de inconsciência e consciência, ou seja, um paradoxo que o tornava consciente, mas indiferente à dor que surge obrigatoriamente por detrás… Uma impossibilidade.
Também nessa manhã foi impossível ser-se indiferente a uma dor constante que abrange diariamente a grande maioria. Todos foram conscientes da necessidade de mudança, sentido na pele uma dificuldade atroz, destruidora de conceitos como “gato” ou “ceifeira”.

“Os não espaços”

Uma outra impossibilidade ou uma mesma impossibilidade traduzida de forma diferente. Defini “espaço” através da consciência cruel que nos é imposta, por outras palavras, defini-o através da realidade.
 “Os não espaços” seriam o lar da inconsciência, mas esta desapareceu já há muito, tornando-os nada mais do que irreais.
 Assim, “os não espaços” são apenas mais uma utopia, mais um desejo paradoxal.

Mariana Fonseca
12º F

Arte Poética (criada a partir de passagens recolhidas de poetas (a sublinhado) e texto dos alunos


A minha Arte Poética

Não me importo com as rimas
Não me importo com a poesia
Acho que sou uma solitária, isolada, sem destino
Sem a dita Arte Poética.

Versos prateados não consigo escrever
Que importa o som das ondas e do vento
A lucidez me serve para ver cair muro a muro
Nas palavras cantadas a naturalidade foge-me.

O olhar do poeta atravessa a imaginação
O meu apega-se a admirar
E entre o pensar e o escrever
Limito-me a ser

Caneta pouso no papel
como gesto de aborrecimento
Poeta não sou…
Mas almejava ser




Ana Rita de Almeida Martins
N.º3 – 12ºB

A visão poética da professora Eli

 "Alma Mater, o regresso"

http://visitasdeestudo.blogspot.com/2011/03/marco-14-alma-mater-o-regresso.html

terça-feira, 15 de março de 2011

Sumários das aulas da semana de 28 de Fevereiro

Trabalho escrito a partir dos excertos poéticos recolhidos ao longo das aulas: uma "Arte Poética" pessoal com palavras alheias.

domingo, 13 de março de 2011

Treino de Oralidade: o que foi lido e dito


Texto do Diário Poético:

“Simplicidade Complexa”

É apenas um movimento
Apenas uma linha que se forma
Apenas uma única coisa simples
Apenas uma simplicidade complexa.



Este poema foi escrito após a aula em que se falou da caligrafia de Fernando Pessoa. Quando foram descobertos alguns dos seus poemas, após a sua morte, começaram a ser analisados para perceber se eram realmente de Fernando Pessoa e para decifrar a sua caligrafia, que apesar de ser algo simples, por vezes é complexo.



“Pena”

Neste mundo existem dois tipos de penas: pena animal e pena como sentimento comum em qualquer pessoa.
As aves têm vários tipos de penas, cada uma com a sua estrutura especializada dependendo da sua função, servindo para as proteger do frio, do vento e ajudando-as a voar.
A pena sentimento está sempre dentro de cada um de nós revelando por vezes tristeza, angústia, revolta.
Entretanto algumas penas animais são retiradas sendo utilizadas para a escrita. Nessa escrita exprimem-se sentimentos onde poderá estar incluída a pena.
Com a ajuda dos dois tipos de penas surge a caligrafia, originando uma simplicidade complexa.

Nome: Maria Beatriz de Castro Nunes Lobato de Sousa  Nº 13 12ºD

Crítica à peça FELIZMENTE HÁ LUAR


Luís de Sttau Monteiro. Felizmente Há Luar. A BARRACA.
Encenação de Hélder Costa.
Relação de texto, contexto e encenação equilibrada, boa escolha dos cenários devido a conter objectos simples e pequenos que permitiam a boa circulação dos actores (até porque o palco era pequeno). Acho que os cenários são apropriados à época e onde se encaixa muito bem o contexto da história. Acho também que a escolha de um cenário mais simples permitiu ao público tomar mais atenção ao que se estava a passar.
 Quanto à representação, os papéis e os actores de que mais gostei foi o papel de Maria do Céu Guerra, gostei muito de a ver representar devido à força que cada palavra dela transmitia. E também o papel do Capitão Inglês, gosto sempre de ver um pouco de ironia e divertimento em personagens como a dele. No entanto, penso que todos os actores estiveram bem, que cada um desempenhou o seu papel de maneira acertada, mesmo sendo um papel pequeno (como o do rapazinho pobre que costumava espiar as conversas que se davam à sua volta).
 Sonoplastia e luminotecnia: gostei do facto de a luz focar sempre a acção mais importante que estava a decorrer e também de certos sons durante a peça (como o barulho de uma pedra a partir o vidro, que me fez dar um salto e ver se de facto se tinha partido algum vidro).
 No geral, gostei da peça, acho que foi bem adaptada,percebi a história e a mensagem, o que por vezes pode não acontecer quando as adaptações não são tão acertadas. Gostei principalmente da representação de Maria do Céu Guerra, como já referi, devido ao poder que teve no palco, sobretudo no final da peça. Contudo, o discurso da actriz antes de começar a peça, acho que foi excessivo. O que ela queria transmitir era importante, mas podia tê-lo dito em menos palavras, num discurso mais pequeno, e isso talvez fizesse com que as pessoas prestassem mais atenção, principalmente aqueles que têm menos sensibilidade para o teatro.

Erica Lopes
12ºF nº9

 "
[...]

A Sonoplastia é feita de sons simples tais como tambores, gritos de manifesto, ou som da madeira a crepitar ao final da peça, quando se  ateia a fogueira de cremação de Gomes Freire.
Ao contrário da sonoplastia, a luminotecnia é mais viva, embora a fogueira fosse um ponto de luz. O cenário estava sempre iluminado, com base nas casinhas do povo morador e a lua ao alto. A luminotecnia estava em acordo com os momentos mais tensos da peça tais como:
- quando chegava a “PIDE”, as luzes cintilavam
- quando Matilde de Melo chorava na cremação do seu amado junto a Sousa Falcão, as luzes eram pálidas e de um esbranquiçado muito extenso.
Esteticamente a peça tem uma fusão dos dois séculos, os figurinos são distintos entre a roupa da “PIDE” e os restantes actores. As casinhas em miniatura e iluminadas davam um estilo boémio ao cenário e conforto aos espectadores como se sentissem em casa."

Ana Checa

Crítica à peça FELIZMENTE HÁ LUAR

Questões: É uma boa peça? Está bem representada? Transmite "a ideia chave"? Vale a pena ser vista?
Esta obra foi realmente bem retratada e representada, transporta-nos até à época e transmite a intensidade das acções! Em termos cenográficos foi bem conseguida no geral, vista ao pormenor, deixa pontos a desejar!
Percebe-se facilmente a historia e a sua respectiva moral ou conclusão, deixando até um pouco o público entediado!
Se é uma boa peça é muito relativo (bom argumento, satisfatória produção), mas na minha opinião qualquer peça de teatro deve ser vista! Para alem do factor de respeito pelo trabalhador e artista, é extremamente necessário ter se visto más produções de espetáculos para sabermos identificar uma boa peça quando a virmos! Uma boa peça será sempre uma óptima peça, mas uma má peça será sempre um elogio a uma boa peça!

Susana Paixao 12ºF Nº23