Arte Poética
Uma vez um poeta me disse
“Decidido a retomar o fio interrompido dos seus pensamentos”
Que escrevesse todos os meus momentos
Como se a uma ninfa pedisse
Que no “carmim que encontro na tua boca”
Não a encontre agora cinzenta e rouca
“Numa rua um tanto solitária”
Apodrecia esse poeta.
Para saíres dessa melancolia que não te liberta
Tens de te “pôr numa rua cheia de gente” pouco solidária
Cheia de “olhos que não te consideram”
“Mas que não podes passar sem olhar” para os que não te libertam
Tal como “o cipreste contempla o seu próprio silêncio”
Tens de ler “algo que não estava escrito”
E ver aquilo que ainda não foi visto
Só assim, meu amigo, sairás desse teu silêncio
E destruirás “ aquele sorriso paciente e irónico”
Com as tuas palavras, e ele tornar-se-á num doente crónico
Com “histórias de um minuto”
Pelas tuas palavras vais contar “a memória do Mundo”
Que te levou e deixou lá no fundo
E a história de como tu deixaste de ser diminuto
Porque ao saberes que “ o mal compra o mal”
Contarás que o facto que “ambos se entendem, compram e vendem” não é anormal
Assim, meu amigo, meu filho, meu poeta
Com teus vocábulos, cantigas e distantes terras
Exaltarás o “povo exaltado como vítima heróica de guerras”
Indicando-lhes o caminho do divino, do amor e a Nossa meta
Por fim, com palavras apaixonadas glorificadas por ti
“Lá onde o amor não pode morrer, nem ser quebrado”, “que se lembrem de mim”...
Vasco Custódio
12º B
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