segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

FELIZMENTE HÁ LUAR




Inicialmente foi-nos apresentada uma introdução por Maria do Céu Guerra, sobre o contexto histórico e o autor da obra. Com esta introdução apercebemo-nos da época em que foi escrita, no século XX, precisamente em 1961, acontecendo nesta época diversos conflitos sociais e políticos protagonizados essencialmente pela oposição e o regime salazarista.
Com esta obra, Sttau Monteiro pretende mostrar à sociedade as dificuldades que Portugal passara, o medo do povo, que não tinha a coragem necessária para lutar pelos seus interesses, especialmente pela liberdade a que tinha direito. Esta falta de coragem originou muitos outros problemas para a população portuguesa, como a miséria, a falta de moral e os destinos traçados a que não conseguiam resistir.
Na minha opinião, esta peça foi bem apresentada pelos actores, nomeadamente, pela personagem de Matilde (mulher de Gomes freire de Andrade) e D. Miguel (primo de Gomes Freire).
Gomes freire, embora personagem ausente fisicamente, é o protagonista do desenrolar de toda a história, foi à sua volta que as peripécias aconteceram, pois sendo ele um homem considerado pelo povo como revolucionário, toda a oposição queria acabar com a sua existência.
Assim, as forças da oposição uniram-se, mas a Igreja defendida por Frei Diogo e a força militar regida por Beresford (homem calculista e oportunista) prenderam e mais tarde enforcaram o seu maior “inimigo”, Freire de Andrade. Nesta peça ainda temos oportunidade de ver o sofrimento de Matilde perante todas as injustiças contra com o seu querido marido e a sua luta pela liberdade, apesar de só ser apoiada por um amigo Sousa Falcão (símbolo de amizade e fidelidade), pois toda a população tinha medo do regime.
O nível cénico, inicialmente, causou-me um choque pela sua pequenez e simplicidade, pois as casas eram tão pequenas que parecia um mundo de crianças, mas, no mesmo instante, dois mendigos a volta de uma fogueira davam uma imagem forte da pobreza e crueldade em que as pessoas viviam.
No decorrer do espectáculo deparamos com vários aspectos, como a repartição da população por classes, muito bem conseguida através dos figurinos e da interpretação das personagens (modo de falar e estar).
A sonoplastia, muito boa, tanto a nível de ouvir os actores, pois a sala tinha boa acústica, como os sons que surgiam através de lançamento de pedras e vidros partidos, entre outros. O mesmo acontece a nível de luz, que incidia por vezes em personagens, o que aumentava a credibilidade e reforçava a presença destas.
No geral, achei uma encenação bem conseguida, mas penso que a introdução inicial foi um pouco excessiva o que tirou a atenção de vários espectadores. Em oposição, a cena transmitiu-nos a principal ideia do texto e do tempo correcto, sendo esse, na minha opinião, o principal objectivo.
Rita Duarte nº22
12ºF

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