segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Crítica à peça



Felizmente há Luar
Van Gogh

Sendo isto uma crítica minha e só minha, serei honesto. Naão gostei muito da peça, francamente desiludiu-me um pouco, e foi por eu já conhecer o livro e a história antes de ver a peça. Muitas das deixas foram cortadas para tornar o espectáculo mais curto e, como consequência, algumas falas perderam o sentido, por já não terem as outras para as completarem; achei as falas e as personagens do livro muito mais profundas e com significado que as do teatro. Cá por mim, não me importava nada de estar lá mais uma hora, se pudesse ver a história mais completa. Se aquele discurso antes da peça não tivesse sido tão longo, talvez houvesse tempo, mas, por outro lado, não fui eu que actuei, e actuar é um trabalho cansativo, o que me leva a ponderar que não estou em posição de criticar o trabalho alheio, se bem que, como alguém que pagou o seu bilhete e viu a peça, tenho o direito de pelo menos anotar algumas falhas que poderiam ser melhoradas.

Falando dos actores, não achei que a representação fosse muito boa: faltou-lhes alguma convicção e paixão. Principalmente, não gostei da representação feita de Vicente, foi a personagem que eu mais admirei no livro e a “fantasia” foi um pouco arruinada com a peça. Mas, em contraste, adorei as personagens do Berseford e de D. Miguel, gostei da maneira como foram representados, principalmente Beresford, com as suas falas inglesas que não estão no livro (um toque muito bom); de D. Miguel gostei do visual do personagem, parecia ter sido talhado para a sua personalidade, a sua maneira fria e pouco emocional de falar e agir. Destas personagens, posso dizer que fizeram a ida ao teatro valer a pena. Quanto aos outros personagens, não me chamaram muito a atenção ou não me cativaram. Embora admita que a actriz que fazia de Matilde de Melo  representava muito bem, não gosto muito de papeis muito dramáticos.



Quanto aos outros elementos, como o cenário e os efeito de luzes e som, tenho opiniões distintas. Acho que os cenário não estava grande coisa. O painel no fundo de facto era bonito e ajudava com os efeitos de sombra, que também achei muito bons e que acentuavam as personagens muito bem, principalmente Beresford, o Principal Sousa e D. Miguel, perto do fim do 1º acto. Mas aquelas “casinhas” minúsculas espalhadas no palco uma tentativa muito fraquinha de recriar o ambiente (a não ser que o objectivo deles fosse outro), mais valia terem montado um cenário ou elementos de cenário (mesmo que fossem em cartão) para dar um outro sentimento e um maior realismo ao meio ambiente. Quanto ao som, achei que estava bom, mas no livro imaginei o som dos tambores como algo diferente, mais assustador e militar, e o som das outras pessoas de uma outra escola a falarem muito alto, ao fundo, no final do 1º acto,  ao ponto em que já não conseguirmos ouvir bem o que os personagemns diziam, forçando-os a levantar a voz e a parecer que estavam todos apenas a gritar, mas sem nenhum sentimento ou efeito, foi só mesmo barulho que atingiu o ouvido mas não conseguiu chegar “mais longe”.


Emfim, esta é a minha opinião sobre a peça. Se fosse mesmo um crítico, com criticas escritas em livros e revistas, dava uma pontuação um pouco fraca à peça em geral, mas aclamando alguns dos elementos individuais da peça.
[...]


André Matias

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