domingo, 31 de outubro de 2010

Diário poético, A Beleza do Mundo

A saudade do Futuro

Estávamos num colóquio e falava-se do fado. Não era sobre o fado, mas veio à baila. Eu disse que durante toda a minha vida, quase até hoje, fugi do fado como o diabo da cruz. Assumi que não gostava, que não me fazia sentir bem, que do ponto de vista estético e ideológico  os textos não me agradavam, que as músicas eram pobres, etc, etc, que o fado representava, para mim, o que existia de mais depressivo e decadente na nossa maneira de viver.
Depois, muito recentemente, compreendi que o que eu evitava era aquele sentimento que se insinuava em mim quando o ouvia: uma insuportável saudade sem saber de quê.
Falávamos no outro dia, numa das aulas, sobre a Mensagem, e também a propósito da História do Futuro, do Pe António Vieira
(http://www.triplov.com/letras/historia_do_futuro/index.htm),
acerca do quinto Império como uma aspiração a algo que já conhecemos e que, portanto, poderá despertar em nós uma por vezes doce, por vezes incómoda saudade... do futuro.
Seria disso que eu fugia? Do... sentir?

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